sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Mais uma resposta dos deputados

Essa agora é do Deputado Aldo Rebelo. É a resposta padrão dada a imprensa e a alguns que encaminharam os emails:

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---------- Forwarded message ----------
From: Dep. Aldo Rebelo <dep.aldorebelo@camara.gov.br>
Date: Dec 29, 2006 2:29 PM
Subject: RE: Aumento salarial
To: "Dep. Aldo Rebelo" <dep.aldorebelo@camara.gov.br>

Prezadas senhoras e prezados senhores,

Em atenção às milhares de mensagens que recebi sobre o aumento salarial dos
congressistas quero, com esta resposta, externar de maneira clara e direta
qual é a minha opinião sobre o assunto.

Para isso, vou pontuar os aspectos que são, sob o meu ponto de vista, os
mais relevantes da discussão.
*

1 –
* *Sou a favor do estabelecimento de teto salarial para os três poderes:
legislativo, executivo e judiciário*.

Os poderes não podem fixar seus próprios salários de maneira isolada e
arbitrária. Creio que devemos congelar imediatamente os maiores vencimentos
e buscar a isonomia para deputados, senadores, ministros do Supremo Tribunal
Federal, ministros de Estado e presidente da República. E buscar o mesmo
grau de isonomia para todos os funcionários públicos. A Câmara já criou uma
comissão que irá apresentar proposta de teto salarial do funcionalismo até
fevereiro do próximo ano.
*

2 - Sou a favor do fim dos 14º e 15º salários dos deputados.
*

Não há necessidade de estabelecer remunerações adicionais para os deputados.
Por esse motivo, já extingui os salários que eram pagos durante as
convocações extraordinárias da Câmara. A decisão em torno do teto salarial e
da isonomia é essencial porque acaba de vez com as remunerações indiretas e
de difícil aceitação por parte da sociedade. Salário e reposição de despesas
são comuns a todos os trabalhadores; já 14º e 15º salários são práticas
inexistentes no mundo do trabalho.

* *

*3 - Sou a favor de mais controle e transparência no uso das verbas
indenizatórias. *
*

*

Os gabinetes parlamentares têm direito a R$ 15 mil por mês para pagar
despesas decorrentes do exercício do mandato, como serviços gráficos,
consultorias técnicas ou passagens aéreas, por exemplo. Esses gastos já são
publicados, mês a mês, na página da Câmara na *internet*. Em janeiro, vou
propor que também sejam divulgados os nomes e CNPJ dos beneficiários das
despesas para que qualquer cidadão saiba quanto gasta, e com o quê, o
gabinete de seu deputado.

*

4 – Sou a favor de racionalização e economia na Câmara dos Deputados.

*

Como presidente, promovi mudanças: A) Acabei com os salários extraordinários
dos deputados. B) Reduzi o recesso parlamentar de 90 para 55 dias, o que o
tornou um dos menores do mundo. C) Demiti mais de 1.100 funcionários não
concursados. D) Proibi a contratação de parentes de deputados em cargos de
confiança. E) Solicitei à Fundação Getúlio Vargas estudo para racionalizar e
dar mais transparência aos gastos
da Câmara. O estudo vai comparar os gastos do parlamento brasileiro com
parlamentos de outros países. F) Cortei integralmente as despesas com
publicidade.

Como muitas mensagens fizeram referência à minha filiação partidária, envio
para os interessados a nota do presidente do PC do B, Renato Rabelo, sobre o
aumento salarial dos deputados. O texto, com certeza, irá dirimir todas as
dúvidas que foram enviadas ao meu gabinete.

Em minha página
*www.aldorebelo.com.br* <http://www.aldorebelo.com.br/> podem ser
consultados outros textos.

Para finalizar, esclareço que como presidente da Câmara tenho a missão de
levar para o conhecimento de toda a Casa e da sociedade as definições
tomadas pelo líderes partidários. É o que tenho feito diariamente; é o que
fiz quando anunciei a decisão de equiparar os salários dos deputados ao teto
do funcionalismo; é o que farei sempre que for necessário discutir, de
maneira democrática e transparente, qualquer tema de interesse da Nação.

Atenciosamente,

Aldo Rebelo


*

Aldo era contra - A senadora Heloisa Helena (PSOL-AL) fez ontem uma
revelação importante: o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, apontado como o
"pai" da medida, era o único contra o aumento durante a reunião que o
decidiu.
**Coluna do CLÁUDIO HUMBERTO, 20.12.2006.**

"O aumento é legal, só não é legítimo. O Aldo está constrangido. Ele
preferia solução menos exagerada".
* *Deputado federal CHICO ALENCAR, líder do PSOL, jornal O GLOBO, 18.12.06.


* Salários dos parlamentares: pela transparência, contra a hipocrisia *

Renato Rabelo, presidente do PCdoB

Dia 21 de dezembro de 2006
*

O reajuste dos salários dos parlamentares do Congresso Nacional, cujo
desfecho na noite de ontem (20/12) adia sua resolução para a próxima
legislatura que se inicia em fevereiro do próximo ano, tem gerado intenso
debate e aguda luta política. De um lado, se manifestam reações legítimas de
movimentos e entidades populares que ante os baixos salários do povo e das
resistências que sempre se erguem para se efetivar o aumento real do salário
mínimo emitem seus protestos. De outro, uma vez mais, o conservadorismo e
setores da mídia turvam as águas com a manipulação dos fatos e dirigem seu
poderio corrosivo contra o Congresso Nacional, que é uma das pilastras do
sistema democrático. Entram em cena também segmentos políticos falsamente
moralistas que buscam dividendos por meios oportunistas.


É certo que o Congresso Nacional reflete as distorções e as mazelas de um
país de formação capitalista dependente como o nosso, com sua história
própria, cheio de desigualdades. É um dever, portanto, das forças
progressistas atuarem para qualificar as instituições da República no
sentido de desvencilhá-las dessas distorções antidemocráticas. A gestão da
atual mesa diretora da Câmara dos Deputados, presidida por Aldo Rebelo, tem
procurado resgatar a credibilidade da casa. Ele, em curto espaço de tempo,
adotou um conjunto de medidas cuja essência moralizadora fala por si: fim da
remuneração extra para as convocações extraordinárias; fim do voto secreto;
proibição de contratação de parentes de deputados em cargos de confiança da
Câmara; redução do recesso parlamentar de 90 para 55 dias e demissão de 1143
ocupantes de cargos de natureza especial (CNE), com a posterior extinção
desses cargos.


Como as águas estão turvas, não é fácil enxergar, mas temos a opinião de que
o sentido da proposta inicial apresentada pelas mesas das duas casas do
Congresso Nacional de equiparar a remuneração dos integrantes do Legislativo
com a remuneração dos ministros do STF é de dar transparência aos salários
dos parlamentares, definindo critério explicito e separando-o dos
expedientes dos salários paralelos auferidos. É claro que a proposta como
veio – a equiparação de uma só vez, com o aumento de 91% - dificultou o
entendimento de seu significado e abriu o flanco para as manipulações de
setores da mídia e do conservadorismo. Por isso que em nota pública, a
Comissão Política Nacional do PCdoB, sublinhou sua opinião de que embora
considere correto a equiparação em torno de um teto estabelecido para todos
os poderes, o partido julga que ela deva se efetivar por etapas e não de uma
vez só como foi originalmente proposta.


Defendemos essa opinião porque os comunistas se opõem à hipocrisia e
defendem que o povo não pode ser enganado e deve saber com transparência
quanto recebem os seus representantes no Legislativo. Atualmente, há um faz
de conta. Ao povo se diz que o parlamentar nominalmente ganha tanto, mas o
presente debate escancarou que além do ganho nominal há vários
penduricalhos, como exemplo o 14º e o 15º salários, além da chamada verba
indenizatória.


A gestão do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, conforme já citamos, havia
adotado uma série de medidas moralizantes para cortar, digamos assim, "essa
porção de galhos ocultos" dos salários, como o pagamento das convocações
extraordinárias, para citar apenas um exemplo. Ao defender a equiparação,
ele propôs acabar com esses tais 14º e 15º salários e quanto à verba
indenizatória, no mínimo, que sobre ela venha recair medidas saneadoras e de
controle como a publicação obrigatória na Internet de sua utilização pelos
gabinetes parlamentares.


Sinceramente, não vi por parte de nenhum moralizador gritaria contra esses
"galhos ocultos" que escondem do povo a remuneração verdadeira dos
parlamentares e a defesa das medidas saneadoras que já vinham sendo tomadas.
E isso, não tem outro nome senão hipocrisia.


O PCdoB é partidário da verdade e da transparência sobretudo na gestão dos
bens públicos. Que os salários, não apenas dos parlamentares, mas de todos
os ocupantes de funções do Estado brasileiro, tenham um teto explicito para
eliminar os super-salários e venham à luz tal e qual são, sem maquiagens,
sem penduricalhos e condizentes com a carreira e suas responsabilidades.


Por fim, quero ressaltar o que afirmamos no topo desse texto: a legitimidade
e a "justa ira" com as quais lideranças e entidades do povo se manifestaram
ao longo desse debate. Não se pode ante o sofrimento de nossa gente aceitar
medidas que aumente o fosso da desigualdade social. Mas, não podemos nos
curvar às manipulações. O PCdoB por suas responsabilidades tem que opinar
sobre os salários dos parlamentares. Contudo, sem falsa modéstia, mas com
autoridade histórica de 85 anos, proclamamos que o nosso interesse, nosso
compromisso maior é com a luta pelos direitos dos trabalhadores e da geração
de condições para o aumento real dos seus salários, sobretudo do salário
mínimo.

*

Renato Rabelo é o presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
*

A lei fora da lei

Quem nunca viu um carro de polícia estacionado em local proibido? Eu vi um ontem dia 28 de Dezembro, estacionado numa vaga de deficiente. Ser deficiente nesse país deve ser um suplício. Até a polícia te sacaneia. Ou carro com sirene (polícia, bombeiro, ambulância) ligar a sirene só rpa passar no sinal vermelho e depois desligá-la? Muita gente se revolta com corrupção mais óbvia (propinas, faciltar ação de bandido, liberar criminosos, compra de votos, etc) e se esquece que nas pequenas coisas do dia-a-dia os valores da sociedade vão indo pro espaço. Principalmente quando quem desrespeita leis tão simples são "agentes da lei"...

É. Vamos dar o exemplo. Pelo menos a nossa parte a gente faz.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Imposto de Valor Agregado

Ainda na onda dos impostos, recentemente o Guido Mantega afirmou o interesse do governo sobre fazer o IVA - Imposto de Valor Agregado. A ideia não é discriminar mais os impostos sobre os produtos e sim, fazer um imposto unico que uniria esses:

http://www.fiems.org.br/noticia.php3?id=12134
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2006/12/19/287115849.asp

Mantega: governo quer reforma tributária com imposto unificado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na noite de segunda-feira que o governo quer abrir ainda nesta semana o debate para uma reforma que resulte na junção dos principais tributos no chamado Imposto de Valor Agregado (IVA) nacional.

A idéia é lançar a discussão junto com uma série de medidas para impulsionar o crescimento econômico, que vem sendo preparadas pelo governo. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Mantega previu que haverá apoio dos Estados, inclusive de São Paulo. O ministro acrescentou, no entanto, que a implementação do IVA demorará no mínimo dois anos --prazo estimado para que todos os Estados adotem a nota fiscal eletrônica, interligada à Receita Federal e com expectativa de reduzir fraudes.

Atualmente, segundo Mantega, São Paulo e Bahia já assinaram convênio para adotar essa tecnologia.

"O objetivo é chegar ao IVA nacional... vamos propor um IVA nacional, não é algo imediato... Na quinta-feira (quando está previsto o anúncio das medidas de incentivo ao crescimento), vamos começar o debate de uma reforma tributária, temos uma proposta para colocar a discussão em campo e os governadores têm que participar", afirmou.

Mantega salientou que outras mudanças tributárias podem ser adotadas antes, no meio de um "processo" até chegar ao IVA. "Pode unificar o ICMS antes, por exemplo. É um processo, ao cabo de uns dois anos você completa e caminha para esse novo sistema."


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Ainda acredito que a medida de mostrar os impostos de cada produto é mais interessante. O IVA parece ser mais complicado de ser implantado, algo de médio a longo prazo, pois vai precisar de muita boa vontade, dos governos federal, estaduais e municipais. Implantar a discriminação de cada imposto poderia ser interessante a curto prazo, inclusive para entendermos melhor a tarifação de cada estado ou cidade e se possível, permitir comparativos. Em contrapartida, existe o argumento que é necessário simplificar (e muuuito!) a carga tributária.

Alguns artigos interessantes sobre o IVA:

http://www.fenacon.org.br/fenacon_informativos/tributario/tributario20012003.htm

http://www.sinprofaz.org.br/CEJ/Trabalhos/OIMPOSTOSOBREVALORAGREGADO.htm

Parte do texto do último link:

O imposto sobre valor agregado – IVA, instituído, por exemplo, entre os países da União Européia, é um imposto incidente sobre o faturamento, não-cumulativo, ou seja, o imposto repassado nas aquisições pode ser deduzido do incidente nas vendas, e também é discriminado na nota fiscal, possibilitando ao consumidor saber exatamente a quantidade de tributo que está embutido no preço do bem ou serviço adquirido. Se fosse implantado no Brasil, poderia substituir a COFINS, o PIS, o IPI, o ICMS, o ISS e até o ITBI.

Transformar todos esses tributos em um só, não-cumulativo, e que mantenha o mesmo nível de arrecadação, parece uma meta muito ambiciosa, mas é um caminho para a modernização do sistema tributário Brasileiro e para a redução do “custo Brasil”. O que impressiona não são as dificuldades técnicas que tal assunto suscita, mas a pouca discussão sobre o IVA no Brasil.

O Brasil não tem imposto sobre valor agregado, na verdade o faturamento dos agentes econômicos é tributado várias vezes, pela União, estados e municípios. Não se sabe ao certo a carga tributária suportada pelo consumidor final, e a quantidade de normas e regulamentos confunde e onera os empresários.

São várias as desvantagens desse sistema. Por exemplo, a dificuldade de calcular com exatidão a carga tributária sobre os produtos nacionais impede que estes sejam tratados em igualdade com os importados, que, eventualmente, podem sofrer tratamento mais benéfico, ou mais gravoso. E ainda, se o Estado procurar desonerar as exportações, pode, pelo mesmo motivo, retirar mais carga tributária do que a efetivamente incidente, gerando perda de receita e ainda possíveis reclamações de estar concedendo subvenções proibidas.

A dificuldade em substituir a COFINS, PIS, IPI, ICMS e ISS pelo IVA é alta, principalmente por envolver discussões nos níveis Federal, estadual e municipal, que teriam de dividir normatização, arrecadação e fiscalização do tributo. Mas as vantagens são muito evidentes. O IVA poderia significar o fim da tributação em cascata, da guerra fiscal, permitiria simplificar legislações e racionalizar o trabalho de fiscalização e controle, com redução de gastos públicos e privados, ampliar o número de contribuintes, desonerar os investimentos, melhorar a inserção do Brasil no mercado internacional, e ainda proporcionar cidadania, pois saber exatamente a carga tributária suportada é direito de quem financia o Estado.

O IVA é um bom instrumento para que a modernização do sistema tributário Brasileiro, com redução de gastos públicos e privados e aumento da base de contribuintes, seja alcançada. Sua discussão deveria estar na ordem do dia. Estamos atrasados.






segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Usando a net!

Nós da geração mais nova temos uma vantagem pouco aproveitada (bem, pelo menos por mim!), de acompanhar de perto os projetos de lei lançados, e verificar a sua tramitação.
Já que o objetivo é cobrar desses caras, é interessante saber o que esta sendo feito bem de perto. Gerações passadas não tinham acesso a esse tipo de informação com tanta facilidade, e cabe a nós usar e propagar isso!

No site do Impostometro, achei um comentario interessante de um senador João Capiberibe sobre o projeto de lei para mostrar os produtos com o valor do imposto discriminado.
Pelo que entendi está incluso na seguinte ementa:

SF PLS 195/2004 de 29/06/2004 Clique aqui para selecionar esta matéria para acompanhamento.
Ementa: Inclui parágrafo único no art. 31 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor que a oferta e apresentação de produtos ou serviços devem incluir o seu preço sem o valor do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços e dos demais tributos sobre eles incidentes.

Abaixo o link descrevendo com detalhes a votação dessa materia:

http://www.senado.gov.br/sf/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=68806

domingo, 24 de dezembro de 2006

Impostometro

Dicas de dois sites interessantes, sobre o calculo do imposto, que vai tanto do imposto de renda retido na fonte, quanto a entrada de imposto em cada estado. Ele foi criado pela Associação Comercial de São Paulo, regida pelo Afif (alguém se lembra dele? :) ). Vale a pena dar uma olhada

http://www.impostometro.com.br/index.php

E o calculo de imposto retido na fonte e nos produtos, criado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário

http://www.contribuintecidadao.org.br/olhoImposto/index.php

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

O que esperar do "apagão aéreo"

Operação esvazia-posse

Por Dora Kramer, em O Estado de S.Paulo, hoje:

"Uma operação-padrão, mais 'padrão' que a já incorporada à rotina dos pousos e decolagens nos principais aeroportos do País, está sendo cogitada pelos controladores de vôo para ser deflagrada nos próximos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, com o objetivo não declarado, mas inequívoco, de atrapalhar a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio da Silva.

A menos que até lá o governo, mais precisamente o presidente Luiz Inácio da Silva, dê alguma resposta - afirmativa ou negativa - à proposta apresentada pelos sindicatos da categoria, das companhias aéreas e dos aeronautas ao grupo de trabalho interministerial que examina medidas para superar a crise no tráfego aéreo.

Os sindicatos têm uma posição conjunta: propõem um sistema de controle compartilhado entre civis e militares, a criação de carreiras de Estado específicas para controladores, que, no caso dos militares, passariam a integrar o quadro de oficiais e não mais o de sargentos, e o repasse de dinheiro do Orçamento da União aos fundos aeronáutico e aeroviário em proporção superior à de hoje.

A arrecadação das taxas pagas pelos passageiros e pelas empresas à Infraero somou neste ano R$ 1,1 bilhão, enquanto a dotação orçamentária para o setor ficou em R$ 400 milhões."


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Tempo ruim para quem esta pensando em viajar...

Apagões

Apesar de não ser frequentadora assídua de aeroportos como parte dos membros Hellmans, confesso que estou um pouquinho ansiosa por causa da viagem de férias semana que vem.
Tinha me prometido que não me estressaria porque, afinal, estou saindo de férias, e começar uma viagem estressando com a ida é um péssimo início... Mas ficar SEIS horas em uma fila, ou até mesmo não ter previsão se haverá embarque, é de estressar qualquer um (imagina eu, então!).

A imprensa está chamando está situação caótica "apagão nos aeroportos". Desde outubro, uns três ou quatros períodos mais duros aconteceram, por culpa da falta de controladores de vôos, depois foi o rádio (e seu backup) que deu um biziu malucão, e este fds a culpada é a TAM. Os prejuízos são enormes, pra todo mundo: estresse nas pessoas e vergonha para o país, negócios que não são fechados, cursos que não acontecem, órgãos doados que não chegam a tempo aos doentes, mercadorias que se estragam antes de embarcarem para seus destinos.

Fico me perguntando quantos "apagões" nós vivemos: a saúde pública é apagada há muito tempo. A maioria das rodovias (as que não foram privatizadas) também. Educação? Sucateamento total em todos os níveis: escolas básicas que não reprovam, segundo grau técnico restrito, as poucas universidades públicas com recursos minguados. Em 2001, r-a-c-i-o-n-a-m-e-n-t-o de energia (mas esse é culpa de São Pedro...).
E quantos ainda viveremos?

Como o país pode crescer, se tornar mais justo e melhor, formar cidadãos, atrair investimentos, e todas essas coisas, se não há planejamento e investimento no básico: infra-estrutura.
Esse negócio de ouvir que "eu não sabia, ninguém me avisou" assusta! Quem é que está no comando por aqui? Será algum controlador de vôo que trabalhou por 12 horas controlando 20 aviões ao mesmo tempo? E não tinha nenhum transponder pra dar um sinal?

O primeiro

Esse é o primeiro post de uma série de muitos. Ainda mais que o motivo desse blog é nossa política nacional, que tem dado muitos motivos pra debates infindáveis. Vou começar com o email que um amigo recebeu do nosso caro deputado Miro Teixeira (segundo meu amigo o "Caro" não é cordialidade, é expressão literal mesmo) sobre o aumento auto concedido pelos nossos amigos parlamentares.

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Brasília, 20 de dezembro de 2006.
Olá.
Obrigado por escrever. Remeto-lhe os dados que você não encontrará consolidados no noticiário. Vamos lá.
Quanto ganha um deputado federal? Como dizem os jornais, R$ 12.700,00, certo?
Errado.
Um Deputado Federal ganha subsídios de R$ 12.700,00 mensais, brutos, estes com imposto de renda de 27,50%. Acrescentem a isso R$ 15.000,00 reais SEM IMPOSTO DE RENDA, a título de verba indenizatória, que de indenizatória não tem nada. Trata-se de mascarar a remuneração que totaliza, então 12.700 + 15.000= 27.700. O teto constitucional está ardilosamente violado.
Desde a criação, recuso-me a usar a tal verba indenizatória e, portanto, já deixei de receber: 15 mil por mês, vezes 12 meses= 180.000,00 por ano. Em seis anos, pouco mais de UM MILHÃO DE REAIS. Faço-o por princípio e, por isso, jamais o apregoei. Revelo agora o fato como credencial sobre a firme convicção que tenho a respeito da falta de controle público sobre essa verba, o que a torna nociva e insustentável.
Minha convicção é que a remuneração dos parlamentares deve ser única e exclusivamente pelos subsídios, eliminada a verba indenizatória. Em valores de hoje, haveria redução substancial de ganhos.
A outra proposta, com maior apoio social no momento, é aplicar a correção da inflação dos últimos quatro anos sobre os 12.700, o que aumentaria os subsídios para perto de 17 mil, que somados aos 15 da verba indenizatória, nos remeteria a 32 mil mensais. Um aumento substancial de ganhos.
Sabe qual é o risco? É prevalecer essa outra fórmula.
Defendo, portanto, a transparência da remuneração com a unificação nos subsídios e sua conseqüente redução.
Não peço que acredite pura e simplesmente no que falo.
Para ter acesso às provas , clique em
www.camara.gov.br. À esquerda, encontrará o link "transparência". Numa janela, que se abrirá, à direita, clique em verbas indenizatórias. A partir daí, escolha o Estado ou especificamente um deputado. Você poderá ver os números mês a mês ou, clicando no ano, o cenário de todos os meses. É estarrecedor. De qualquer maneira, ao longo da semana, tudo ficará mais claro, espero.
Além do mais, há deputados e senadores que acumulam seus vencimentos com aposentadorias e pensões que trazem de outras atividades das quais estão aposentados no Poder Público federal, estadual ou municipal e, portanto, já têm remunerações que ultrapassam ou estão próximas do teto constitucional.
Assim, organizando as idéias:
1° passo – acabar com a verba indenizatória.
2° passo – impedir a cumulatividade de remunerações de parlamentares.
3° passo – votar em plenário o valor dos subsídios do Poder Legislativo.

Os dois primeiros podem ser imediatos e encaminharei os projetos à Mesa Diretora.
Meu voto em plenário, no terceiro, dependerá da decisão sobre os dois primeiros.
À medida que a opinião pública ganhar acesso à informação do que se passa, tenho maiores esperanças de ganhar a discussão.
Observo que fiz esta abordagem na reunião de líderes da última quinta-feira. Obtive apoio para a não cumulatividade e silêncio sobre o fim das verbas indenizatórias. Não vou parar.
Gostaria de receber seu comentário crítico sobre minha análise. Quanto ao meu comportamento, esteja certo de que não lhe causarei decepção. Aguarde o fim da história.
Mais uma vez, obrigado.
Atenciosamente,
Miro Teixeira. - dep.miroteixeira@camara.gov.br

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E aí? O que vocês acham disso? Eu acho que é um começo, mas sinceramente, além da verba indenizatória, temos que acabar com as verbas de gabinete, auxílio gasolina, auxílio postal, auxílio auxílio e por aí vai.

E se a gente não começar a protestar de verdade, isso só vai piorar. E quando estiver tudo desgovernado, não adianta sentar e reclamar e dizer que eles são todos ladrões corruptos. São sim, mas pq a gente não fez nada pra impedir.

É isso. Vamos ficar de olho.